bla bla bla! blaa!

domingo, 1 de março de 2009 às 02:42

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um texto que se escrevia na parede seca, regada de vinho verde, na véspera da colheita, sem poder escapar, sem luta desistia facilmente.

recuava dois passos e dizia que estava tudo bem. as suas velas hasteavam dor q.b. naquela viagem só de ida que nos deixava a todos rias laços na garganta púrpura, deixados ao acaso da vida.

rebolávamos por entre as cobertas, nas frestas da luz do sol que era sobejo no teu cabelo, soberbo. Acalmava-me.

e seguíamos destino adentro, por entre as frestas da solidão, amparados no carinho da chuva,

na vida que nos sobrava,
de mãos dadas, entregues ao mundo,
de incentivos frágeis,
na distância fácil das carroças que passavam,
a melodia difícil que me escapava.

estrondoso o eco que despejava a vida por cima de nós, forte, como um tumulto entre a multidão, sem qualquer razão, apenas o profundo desejo carmim, muy bueno, da alma estelar deixada ao acaso.

e dormia. deitava-me e dormia. as coisas aconteciam à minha volta, vagaroso, tornavam-se vivas, para sul, enjauladas no sonho com significado, com a importância urgente do mundo, e embarcávamos de amarras soltas.

amar o teu amor, junto ao fim do mundo, precipício vertiginoso, de mergulho no tempo intacto das estações da nossa infância, lembras-te? pés descalços na areia quente, entre beijos teimosos e a plenitude errada das carícias que desfaziam a ganância do tempo, preguiçoso, entre ventos,

e subia a maré errada.

quando acordava, sabia-te nas minhas mãos. era tudo o que tinha sem verdade. apenas era. sabes? corrigia o texto rapidamente e entregava-o dactilografado a linha e meia, na antiga máquina de escrever que usava no teu corpo, o verão da minha consciência.

descobria a mensagem que usava para abandonar toda a fé e esperança, a intíma saudade do vento.

debruçava uma leve história que roçava os teus lábios, vergados ao sabor da alma, clandestinos da noite vaga, da memória vaga, em mim, na vaga que se levanta no horizonte, deslumbrante em toda a sua mortalidade, rápida ascensão à vã lembrança, memória AZUL do fundo do tempo, essa garrafa sem fundo que bebo sem perguntas, para sempre AZUL e para todo o sempre AZUL, algo escondido, na verdade.


senti-te.







J

1 Comentário:

2 de março de 2009 às 15:12 Anónimo escreveu:

É bom ter-te de volta!!!

(só tenho é alguma dificuldade a ler e os meus olhos podem ficar gravemente feridos do esforço... nada que uns óculos novos e um jola não resolvam...)

Beijinho

Vânia

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