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Para T

quarta-feira, 7 de setembro de 2011 às 02:24

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Tito Paris - Danca Ma Mi Criola
Os planos seguem desfeitos e o caminho contorce-se estreito,
a terra parece bailar debaixo de cada passo que dás,
e tu danças, fazes o mundo dançar contigo
porque não há nada melhor que o fraterno enlace,
o vasto suspiro que nos cobre a fronte
nestes bucólicos passeios de outono.



És a vida que te permites
à qual negas razão de ser
na cega ideia
de vender verdades melindradas.



O teu peito é o mundo que preenches com todas as cores que ainda não inventaste.



Repara em ti, observa o
quão grandes e cheios são esses teus olhos de menina.
As faúlhas de sonhos roubados com as pontas dos dedos
esbanjados em abraços generosos que florescem para todos.



Sê rainha — usurpa o trono.
A vida sabi.




Para a T'rêzinha, no seu aniversário
— nha cre tcheu & todo o carinho do mundo.




J

bolas ao poste, tipo isaías

sábado, 3 de maio de 2008 às 14:44

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Aquele sorriso que usaste ontem ficava-te bem, quando me fazias o relato do jogo, erguendo o cachecol do benfica alto, e vê-lo voando ao vento, respirando toda aquela tensão grave, que me lembrava o quão mortos que estávamos.

Foi uma bela tarde, recheada de golos e bolas à trave. Fintámos umas boas conversas. Fiquei triste quando me mostraste o teu cartão de sócia do Sporting.

Foi uma rasteira à entrada da área, e eu caí, feito um joão vieira pinto de outros tempos. Incrível a maneira de como driblaste aquela bola para fora de jogo. Nem o São Costa me valeu.


paz!


J

passes milimétricos

quinta-feira, 1 de maio de 2008 às 06:21

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podia perder o meu tempo a falar da bola, de como o rui finta tudo e todos, naquelas jogadas cheias de mestria e raça, passes milimétricos, misseis de precisão, o terror em qualquer campo inimigo, onde qualquer soldado com dois dedos de testa borra as calças, especialmente quando sente os tomates apertados pela ínfima probabilidade de sobrevivência à guerra que vem até ele, não porque ele a procura, mas porque não lhe pode escapar, é inevitável, contam assim os tempos, os longínquos e os mais recentes.

mas não o vou fazer.

podia até contar-vos das noites em que me perdia sem olhar para trás, agarrado àquelas belas pernas até ao infinito horizonte que se nos revelava pela noite dentro, enquanto que os contentores do lixo eram levados pelos homens que o tiravam da rua, embalados naquela recôndita profissão que todos preferimos esquecer ou olhar de lado, seja pelo cheiro ou pela indiferença, nojo, os restos humanos de uma prostituta.

mas também não o vou fazer.

vou simplesmente deitar a cabeça - está pesada - naquela almofada que tenho desde os meus 3 anos, e mordiscar n'algo para adormecer. roer os pulsos quiçá.



J

4 de abril

sexta-feira, 4 de abril de 2008 às 15:43

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O filho pródigo regressa a casa.

Até já,


J

2 de abril

quarta-feira, 2 de abril de 2008 às 10:31

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Epá, epá, epá. Vamos passando pela montra, aquela da esquina na rua onde metemos a vida a dormir, sem nunca reparar, olhar para ela, ver o que de facto ela contém. Um dia, vemos com melancolia que está fechada. Sempre existiu ali aquela loja, aquela bela montra com coisas bonitas e brilhantes, que sempre ignorámos existir. E um dia desaparece, sem sequer darmos conta.

São as pequenas coisas que nos rodeiam e que observamos, que fazem a vida ser grande. Ainda no outro dia estava no barbeiro e vi a tranquilidade que ia nos olhos do homem, já vergado do tempo (e não pelo), muito calmo, pachorrento quase, à medida que ia, de sorriso nos lábios e de olhos brilhantes, dizendo que estavam a roubar o porto de 6 pontos e que não podia ser e o diabo a sete.

É de paz que precisamos. Resto é conversa.


Paz!


J

1 de abril

terça-feira, 1 de abril de 2008 às 10:43

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hmmm
Serve o presente dia, como o melhor dia, para partilhar uma verdade que só duas pessoas conhecem neste mundo. Tenho um tumor na cabeça, mais propriamente um glioma, benigno (ahaahah). Eu chamo-lhe Teresa (não conheço nenhuma Teresa, pensei que não iria ferir susceptibilidades) e vivemos juntos há já um ano e pouco.

Sintomas, entre outros, nauseas, falta de sensibilidade nos dedos, fraca coordenação motora e, ultimamente, ando meio cegueta (e as dores de cabeça que só desaparecem com a combinação certa de álcool e barbitúricos).

Agora já sabem porque emigrei para longe (longe o suficiente para não ter que me cruzar com perfeitos desconhecidos e ter que explicar a metade aborrecida da minha vida uma e outra vez, e perto o suficiente para as bebedeiras ocasionais, ver o Benfica, etc).

Prazos, bom, de momento, já quebrei um dos prazos, tenho um novo, que reservo para mim. É até uma boa dica de engate, sem resultados claro, mas mesmo assim, causa boas reacções.

Viva o dia das mentiras, sempre nos permite dizer umas verdades.


Paz!



J

um gajo muito à frente

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008 às 07:50

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um gajo muito à frente, anda sempre descalço, côxo, com um dedo enfiado no nariz, a sacar macacos (deliciosos por sinal), com ar sabático.

muito à frente

ah, muito à frente.


J

demasiado cansado

sábado, 29 de dezembro de 2007 às 02:52

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é como te vi pela última vez,
tão cheia de vida
como se nunca tivesses caído, tropeçado,
rasgaste uma veia, e mudaste,
puxei o teu ouvido para perto dos meus lábios,
e menti-te,
deitados, encostados, sujos do nosso suór,
os sexos calmos, num ritmo rápido, suave,
dançam e bailam,
nas brasas da fogueira que nos consome,
prazer frágil, dfe tanto medo,
de te sentires,
tão cheia de vida.

- e gostas disto?
- sim.

não há hesitações possíveis,
segue-se a vontade dos corpos,
agora que és heroína e eu herói,
tentamos deter as mentiras,
de regresso a nós,
em ti e dentro,
clímax, os braços que se desarmam,
aquilo que fazes,
respondes,
detens as mentiras em ti,
nada mais interessa,
agora que és verdade,
mentira.

respiração pesada e sais do quarto,
despes a roupa que vestias,
limpas os cortes, o cheiro a liberdade,
sais.

pintas as ruas reflectidas nos teus olhos,
brilhantes, pintadas em luz,
e rezas,
- quero saír da multidão, saír da almágama de carne que me sufoca, deixar de brincar ao faz de conta e enfrentar o mundo nua, sem mentiras em mim.

e é o mesmo dia, depois de novo dia,
levas-me em braços e flores,
é tão doce, bonito em ti,
um carinho maravilhoso.

e nem sabes o meu nome.


largas amarras, soltas o lastro, voas, direcção nenhuma, apenas até ali, devolver àquela rua todos os sonhos que tu ou eu e todos nós lá deixámos, apaixonados, ébrios pela saudade de sermos fáceis, sem orgulhos, simples, criaturas nascidas para amar.


era domingo lembro-te, não saía ninguém à rua naquele dia, estavam todos trancados, em igrejas, isto de dia, à noite era em sacristias.
- não importa, as mãos guiam-me pelas paredes, costas imponentes da rua, dos ecos deixados pelo êxtase do quotidiano a que tu não dás valor, e o amor é o mesmo, de dor menor é certo, mas a cantiga é a mesma, os corações partem-se à mesma, jorram sangue, igual ao meu e ao teu, ao nosso. quem és tu para...
- o sujo e tão belo futuro.
- esquece o futuro, eu não lá estarei, só mais tarde, quando for mais tarde.



J

elegia a J

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007 às 14:03

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Mozart - Requiem
nasceste virado para a parede, através do envelhecer, embrulhado numa espécie de manta, produto fértil em dramas, sem respostas, em viagens com destinos improváveis.

desceste à terra na sepultura que tanto desejaste, numa treva cega, guerra escolhida sem qualquer inimigo do outro lado da persiana.

não conseguiste nunca desviar o olhar do resto do tabuleiro, à espera, desesperado por melhor sorte, na próxima, derradeira (sempre!) jogada.

não há descontos para ti, sofres de igual maneira, peso e medida, e continuaste sempre impávido a tudo, agarrado ao leme dessa pobre embarcação, de convés pintado a rubro sangue, esperma e muito vinho, em vãs e ruidosas esperanças, as mudanças de maré que nunca chegaram.

terias-te estrangulado com as mãos apenas para te dar razão, evitar o afogamento solitário, momento de prazer, o êxtase brutal e impiedoso.

não havia razão para a disputa. e hoje morres bem morto, de morte morrida, sem nenhuma bala que termine o teu sofrimento.

morro para ti, todas as mortes do mundo, no piscar de olhos da eterna amante que te leva, invejosa, tua mortalha, debaixo de terra. a dança que sempre te excitou, o clímax do seu abraço, frio, indolor, sem segundas intenções, fiel e inquebrável amor, gesto puro de morrer.

que descanses de todos os teus cansaços, rodeado de todas as chagas que semeaste em todos nós.

morre, mas morre bem.


J

respiro os teus lábios

terça-feira, 1 de maio de 2007 às 04:20

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estou na mira de quem passa,
de quem se passeia pela minha vida,
observa nada,
um buraco observa.

sou quem tentas enganar dia após, e fico-me,
deixas-me nos braços,
fico-me e o calor sobe, desce, sei quem és nos meus braços.

fito-me no espelho, sei quem e como a parede q sou.

quanto mais penso no nós, mais sózinho fico,
na sombra, quando fumo o último cigarro,
e sou quem temes, adamastor e pastor, sem um silêncio, mas todo.

amo-te à noite, quando suo, e respiro os teus lábios,
sei por onde te esvais num riso teu.

quero ficar contigo, connosco, e já é tarde.

levanto-me para mais uma manhã,
uma nova manhã,
no clube dos 27.


J

somos de almada e somos mil

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007 às 23:18

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a isto chama-se partir a boca no chão,

esfregar a fronha com tanta força na lama até se ver o esmalte dos dentes por debaixo da carne podre, adoentada e por sinal, de um antigo vermelho,

arrancar os olhos das órbitas e deixar o líquido amarelo, pus, brotar do sofrimento existencial, da mitológica paixão pelo benfica,

somos de almada e somos mil, somos um cliché que a todos calha bem, tanto aos do poder como aos com poder, de ser, de decisão do talvez não,

assim não, assim assim, corremos pra voltar a bater com a cabeça no chão, ultrupassámos a nossa própria ignorância com tanto espanto no esgar do nosso adversário, e tropeçamos uma e outra vez sem notar que já passámos a meta, na casa da partida, sem receber 2.000$ escudos.

sou como o rui costa, bailo e descanso para deixar bailar, remato com a doida convicção de que irei acertar na baliza ou de pelo menos, estreitar os postes que a definem.

Chego para a tua sombra que continua a meio campo, presa nos meus pitons, no cheiro da mão esquerda, aquela que esfrega o escroto antes de uma jogada importante.

Sinto nojo de quem sou perto de ti, embrulhado num asco vil, de amarelo sorriso.


J