não durmo não descanso,
e a noite que se torna dia.
ouve-me, aqui sofro, somos dois e nada mais, nús, de tempos sempre perdidos, calculados na rápida conjugação dos astros, amantes e tudo o mais, abre a janela, abre-a, e vê, quem é que se importa com o mundo quando nos temos um ao outro e quando tu estás morta?
acalma-te, não empurres a vida com a pressa de chegar a noite, o corpo que levantas na rotina do fechar de olhos não é o meu. desejo que fosse.
gostava, uma morte lenta, sofrida, em brasas espalhadas nos sete pontos, levar ao fim e ficar, sereno, longe de uma eternidade, vida inferno.
ainda te vejo a tirar a roupa, a transformares-te em lodo, na tua dança, aquela que fazes tão bem.
e sinto-me tão vivo.
J
na tua dança
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