viajar a correr, a transcrever a realidade para sonhos, nas pétalas dos teus olhos, que nasceram mortas, caídas nas palmas das confidências, da confiança quebrada, o lacre selado pelos nossos lábios.
todas as cores incertas, a cada passo violento, deixando a pegada do tempo para trás, reagindo rápido e incessantemente à vida que queres para mim, nos fins do caminho e nas direcções pedidas, perdidos sem razão, fodasse a joie de vivre, quero tocar os teus cabelos e sentir o acre da terra na boca.
e descer, tecer os mais belos comentários nas tuas asas, deitados nas linhas que trocámos, escorregando lentos, nas sílabas que se engasgam, o destino salivante da merda em que insistes crer, a solução para a longa espera no apeadeiro, inconsciente, pancada seca na nuca, e os dentes que separam a língua-coração, deitado no cimento cansado, à espera de cantar, agora e já, aquilo que nos faz dançar.
viajar a correr, um pé à frente do outro, prova vertiginosa, um teste às capacidades sobre-humanas de desperdício, O TEMPO QUE DESPERDIÇÁMOS A OLHAR UM PARA O OUTRO NAQUELA RUA ILÍCITA QUE FAZIA O TEMPO ANDAR PARA TRÁS, adivinha, é para quem o quanto que queres, de bem ou mal, ninguém sabe.
despia a roupa quando,
e descia a rua,
perguntei ao velho que bradia para,
poderia dizer-me - já são horas se?
podia ser tudo aquilo que vier e, se deixar de ser. doente ou tanto faz, morto.
J
já são horas se?
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