uma existência vaga

terça-feira, 6 de maio de 2008 às 23:25

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Tool - Vicarious
pá, mas ouve lá, que merda é esta? que raio de filme é este em que esperas uma plateia exausta e sem reacção, sem heróis e heroínas, apenas um enredo onde macacos fazem malabares com objectos cortantes e afiados - dá para ver pelas lâminas - e saltimbancos brincam com a vontade de te foder, calmamente.

comes merda às colheres, deve ser isso. drama queen.

olha para aqui, longe, vês? não não, não é isso, rasga essas cartas e lê esta, não leias as entrelinhas escondidas no sexo e nas veias que rasgo a cada sílaba que te sai da boca trémula, elas não estão lá. lê aquilo que te digo, escrevo ou como preferires - não importa, mas lê! - não achas que já chega de voos pelo infinito que nos separa, e enfrentares a realidade enterrada na merda que criámos, entrelaçados naquelas noites em que nos separávamos naquele sexo delicioso? porque insistes? porque tentas recuar para paisagens que nunca visitámos, nem mesmo quando te escorria metade de mim pela boca.

tentei chegar até aqui e foi difícil - o diabo e deus divertiram-se, sem dúvida alguma - não deites tudo a perder com clichés baratos. não preciso de mais amigos, de conforto que se escreve com todas as letras na minha pele, roendo-me a carne com a luz negra das mentiras que tatuas cá dentro, caralho, sorri e sê feliz com a existência vaga que deixaste.

saio pela porta e acendem-se as luzes, o espectáculo é teu.

deixaste cair as tentações que eram minhas - e deixa-me - reage, reage fodasse. minha, és minha, e não tentes ignorar o simples facto de que ÉS MINHA. e acredita, que a tua hora irá chegar, hoje ou amanhã, amanhã provavelmente, embrulhada em mais vinho que tinge os nossos olhos de vermelho a cada trago, abençoando o doce sono que procuro.

deixa-me, embrulha as tuas roupas caras e sai. que venha a luz, ou a falta dela. farto da madrugada rosácea, minha, no lusco fusco reencarnado, e do salve-se quem puder.



J

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