Os braços juntam-se,
as veias dissolvem-se em artérias que bombeiam o gentil sorriso,
na sede pela carne, de lábios molhados em sonhos,
do corpo que traz a sombra do desassossego no peito,
a inquietação nos olhos, na boca,
que nos veste a pele de arrepios estelares,
desembrulhados um a um,
- somos líquido
um aglomerado que se deixa escorrer pelas mãos abertas.
Rodopiamos a nossa queda em sintonia,
trocando caretas e esgares silenciosos,
lendas de cabelo ao vento, braços abertos,
para roubar o sol do céu, guardá-lo dentro de nós.
Calamos os mortos que já não dançam,
penduramos crianças em dentes de lobos,
arrancamos as vísceras do chão
e pintamos a paz rubra.
A tua boca é afrodisíaco púrpura,
graciosamente cheia do esperma quente.
1 Comentário:
andas tão inspirado...