amo-te caralho

sábado, 5 de janeiro de 2008 às 02:04

etiquetado como e


Queens Of The Stone Age - Sick, Sick, Sick
largou uma escarreta nas tuas trombas, vil mulher, tem calma, não foi de propósito, ou foi?

e o rapaz pelo qual suspiras irá morrer nos teus sonhos, na vida que te deve, e que eu te dei.

vingança inútil este beijo, deixaste-o brilhar nos teus olhos a noite passada e agora quer mais, mais de ti e sempre, mais dele, sempre. demoraste uma eternidade a sentir as pernas e agora rezas, ajoelhada, deitada ou como te der mais jeito, no cimento, quando tudo piora, rezas.

era tão fácil, tão invulgarmente fácil, criar um mundo teu onde só possa entrar quem tu queres, mas não, claro que não, em braços carregas o peso do mundo, enquanto que trinta homens se revezam nas tuas costas. não sentes o pus? escorre-te pelos cantos da boca. estás morta mas isso já sabes. decompões-te, aborrecida, é tudo tão chato para ti. mas eles não te querem.

sangras curiosa, e suspiras, inspiras, expiras, perdida nos teus braços, acreditas mesmo que o teu destino é ter a vulva sempre molhada, bruta, em murmúrios crescentes? deves. não penses por um minuto que as etiquetas nos pés de quem te beija são diferentes da tua.

é bom? vejamos, morte, sangue, pus, ah claro, falta-te o negro coração, mas isso é fácil de arranjar.

num mundo tão... fácil, esqueces-te de como é, como se reage à luz, maldição e superstições do diabo e restos de paisagens esbatidas em fotografias penduradas, emolduradas em solidão. mas irás perceber que nem tudo, nunca, tudo, é nada. irás perceber, entender, que todo o tempo fluí apenas num sentido.... fácil, debaixo dos teus pés.

e não te consegues lembrar da face, dele, ou era ela?, és uma piada mal contada na casa de banho, na merda de uma casa de banho num qualquer bar, perto do largo de são paulo. irei sobreviver-te, e ah, peço desculpas por ter desperdiçado qualquer tempo que tivesses em mãos, sem ressentimentos ok?

os prepúcios sabem-te todos ao mesmo depois de regares a boca com vinho. é tudo tão... fácil, não é ou era, quem sabe. podiamos ter sido perfeitos tu e eu. mas vir-me nos teus lábios era tão.. fácil. resta-te a seiva que desce dos céus, despejada em brinquedos e outros artigos infantis que tenhas à mão. desapareces em tempestades e trombas d'água.

vou-te arrancar todos os pedaços do corpo, mãos, e desprender os restos que sobrarem da lama, lodo incomensurável, sem piedade, sem piedade, será cruel? talvez não mas, ergues-te surpresa com todo o movimento à tua volta, quando fodem como tu, contigo, já devias saber não? claro que não. todas as lareiras fogueiras do mundo não seriam suficientes para aquilo que mereces, dentro e fora e dentro e fora e novamente dentro e novamente fora, rápida e tremulamente, pendurada em fios e arames, dorida nas costas do peso, farta nos impulsos, de diafragma cintura cíclica bamboleante, sôfrega a maneira que escolheste para morrer. parte de mim adoece.

não há raiva nos teus olhos, cabisbaixa, passou tudo tão rápido, tão... fácil!

é tudo tão fácil quando não há anjos que te forcem no sexo, descuidados, porque, a raiva que te sangrava nos ossos jaz pútrida na carne que te queima a língua. engoles sempre, sem deixar de saber que, por causa disso, está algo dentro, que cresce nutre desenvolve medos que não, se desatam, os pesos que sentes nas côxas.

sim. é um mundo cruel. mas nós

gostamos.



J

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