úlcera fantástica,
e a claridade do dia que se aproxima,
és doce mas estou cansado,
o tédio lascivo da tua voz.
conta-me mais, mais perto da luz,
salva-te e escolhe os teu inimigos,
e deixa-me que te diga,
sobre o dinheiro e os sessenta dias de violência.
assenta a lápide e jaz,
perscruta o solo húmido, musgo, nas tuas palmas dos pés,
é tudo mentira, nos teus olhos,
vergonha de ontem, de ti.
estiveste a perseguir a verdade,
e pergunto-te porquê
- porquê?
o que te interessa, em desgraça,
estiveste a perseguir a verdade,
não digas que não quando queres uma hipótese.
estes velhos sentimentos,
reflectem-se em ti,
e é esta a razão, a verdade,
que buscas, porque te odeias,
sem vergonha de o esconder.
ainda hoje não entendo o porquê se queres que te diga - não queres mas eu digo-te à mesma - e se te perguntar porquê? não o negues - é tudo imaginação, mal contada, da tua mente, de joelhos, a carne fria, e lembras-me as nossas fotos, engolidas, nas fogueiras da idade.
julgo que irás um dia acordar,
- se acordares!
e irás tentar cortar os nós que te prendem as asas,
voar
- haha
para mais jogos e merdas que tais,
embrulhada em viagens irreais,
ver, e aqui estamos, dois que não conseguem ver.
separamos-nos na névoa da noite,
sinto-te na breve brisa gelada do teu hálito
e consegues provar a água nos meus lábios,
vinho sei, consegues ver,
a queda, o doce quebrar, estilhaçar da minha doença em nós.
esta noite regressas e depois retornas,
limpo-te o corpo, seco-te a vida dos olhos,
nesta noite, somos o único resultado de dois,
junção subliminar improvável incomensurável dos espíritos
que se mancham.
esta noite, em sangria desejas que acabe,
sem atenção, gostas de provar que estás só,
tudo se compõe, e quando choras,
a negra tez, olha-me a face, despe.
abro as mãos porque condizem com os teus olhos.
abro as mãos para as afogar nos teus olhos.
estás grávida e arranco-te os olhos.
J
condizem com os teus olhos
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