dormentes

domingo, 10 de fevereiro de 2008 às 04:41

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Deftones - Dai The Flu
calor que corrompe as palmas das mãos,
maldita existência, curta, para as memórias do teu corpo,
encontro-te uma e outra vez,
efusão, loucura esbanjada num piscar de olhos,
a pele que se despe,
nossa, doce saliva nos dentes,
dedos lânguidos, de misteriosos propósitos.

sentes o cheiro, delírio,
um despertar antigo,
reviras os olhos dedicada, egoísta,
ama-me e não olhes para trás,
a surpresa, guerrilha de corpos,
aqui mesmo, agora.

desequilíbrio, momento,
instante de espasmos azuis,
êxtase abrupto, sombra de nós em um,
mãos que procuram as costas,
ancas que queimam a cintura,
e um último beijo, depois do próximo.

punhos cerrados, fechados em cadeados,
veias que palpitam o vermelho das promessas,
e olhos que se procuram num último gesto de raiva,
as unhas cravadas e um grito seco,
somos restos, desamparados e dormentes,
nos múrmurios de saudade da brisa que passa.




J

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