Senta-te no chão.
Vamos ponderar toda a loucura que não nos deixa dormir, agarrados às drogas, viciados nos teus olhos, inaptos neste inferno que ousa em deixar-nos em paz. Não há coisa mais fácil e segura do que considerar alegremente a hipótese de passar lixívia nos nossos ressentimentos, na distância que nos separa de mais uma noite feliz.
Dispo a roupa, sem ressentimentos. Vê como olhas para mim, sem vergonha como se te pertencesse, rápida e lentamente, ou como quiseres, pelo preço de mais uma noite passada alheia à vida fora deste palco. Dispo-me para ti porque tens vinte faces e preciso de cada uma delas para sobreviver a mais uma noite sem.
Era uma vitória sermos mais do que naufrágios abandonados pela sorte.
Não há fronteiras para o asco que provocas nas minhas insónias, como as moscas que insistem em morder a luz cega que arde na noite ténue, amor gasto na sarjeta solitária da fama que redesenho a cada sussurro feito espada que corta e rasga o núcleo de todas as intervenções e conquistas, lembradas no ocaso da minha elegia.
E todas as noites me dispo para ti, na esperança de que voltes para casa connosco, com os anjos que nos amaldiçoam.
As mãos estão cansadas e trémulas de segurarem os sonhos que pesam na minha cabeça.
J
2 Comentários:
Nice, verybua nice!
Beijinho
Ah, só gostas quando eu tiro a roupa. eheheheheeeh ou não ou não :)
Grazie amiga, volta sempre, paz!
J