Son House - Death Letter Blues
não o recolhemos em memórias catalogadas,
penduradas ou arrumadas em prateleiras,
sorrisos e outros rios,
desmembrados em grãos de areia,
diluído em frágeis cascatas que escorregam p'los dedos.
Conspiro castelos de areia e sal,
que se desmoronam num suspiro antigo.
o nada,
o espaço deixado vago pela tua sombra.
Os faróis dos carros que passam
iluminam-se no tecto
lembrando por breves
suspiros
os beijos
perdidos.
Tinhas alcatrão nos dentes.
Perguntei
- quanto custa?
Respondeste
- um punhado de saliva,
a dor na tua face placada pelo sorriso cínico do mocho
que te debica os olhos.
Gangrena - o doce aroma da vitória.
Ausências - exércitos de vingança.
1 Comentário:
Não sei como dizer que gosto muito do que escreves, sem que pareça lisonja com outras intenções.
Espero que juntes o que tens escrito e um dia me assines uma cópia da tua obra.