exércitos de vingança

quinta-feira, 24 de junho de 2010 às 02:20

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Son House - Death Letter Blues
O tempo que passa, não fica,
não o recolhemos em memórias catalogadas,
penduradas ou arrumadas em prateleiras,
sorrisos e outros rios,
desmembrados em grãos de areia,
diluído em frágeis cascatas que escorregam p'los dedos.

Conspiro castelos de areia e sal,
que se desmoronam num suspiro antigo.

o nada,
o espaço deixado vago pela tua sombra.

Os faróis dos carros que passam
iluminam-se no tecto
lembrando por breves
    suspiros
         os beijos
                perdidos.

Tinhas alcatrão nos dentes.
Perguntei
     - quanto custa?
Respondeste
     - um punhado de saliva,
       a dor na tua face placada pelo sorriso cínico do mocho
       que te debica os olhos.

Gangrena - o doce aroma da vitória.

Ausências - exércitos de vingança.

1 Comentário:

Não sei como dizer que gosto muito do que escreves, sem que pareça lisonja com outras intenções.
Espero que juntes o que tens escrito e um dia me assines uma cópia da tua obra.

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