desceste em ti numa sombra em mim rendida ao turbilhão cálido que te rende imóvel na saliva quente eclipsado - Não sei escrever sobre coisas bonitas porque as coisas bonitas não existem. Nunca as vi, não me foram apresentadas. Trocámos olhares julgo que era quarta-feira, véspera de cinzas, - Vidro em pedaços que colei nos olhos para desmontar o caleidoscópio onde os meus dedos embarcavam em barcos atormentados pelas marés -
Perco a noção da violência dos nossos beijos quando cruzo as mãos sobre o horizonte, na ideia ou razão que se rende gasta em caleidoscópio de princípios ou noções abandonadas a uma idade demasiado gentil e inocente, de Verões lembrados com a melancolia das carícias dos nossos corpos enganados em si. Lembro-me de todas as sílabas que soletraste aos meus ouvidos, das mentiras que as tuas ancas me ensinaram quando não éramos mais que náufragos neste rio de absinto, desconhecidos — sem medo de nos perder — sabíamos que a gula era a nossa rota de colisão.
Deixo-me eclipsar na imensidão letárgica dos círculos em que a minha língua te descreve.
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És a cicatriz e o sal e a infecção em mim. E isso é tanto e isso é tudo.
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J
Texto XII
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