vem contigo vem, vem ter contigo vem,
dizes que despes a roupa e sorris,
vem, és a luz do sol e o apogeu do eclipse,
vem, mete a mão na boca e arrepia-me os dentes,
vem e leva-me o corpo, é teu,
sangra-me os beijos em suspiros de silêncio que guardas para ti,
e vem, deixa o cabelo descaído tocar-me no peito nu,
mas vem, reduz a distância entre os meus lábios e o teu suor,
vem, anda e amarra-me no teu cheiro cru,
vem e vem, deixa o fim para depois dos abraços,
mas vem, rodeia-me a cintura com a vontade que tenho de ti,
e vem, sente os meus dedos delinearem o meu coração ofegante na tua garganta,
e vem, com todo o carinho da promessa do amanhã não chegar
e perde-me nesse pensamento que troco pelo teu fôlego,
vem, somos só dois e somos tanto, e abrimos os braços e somos tudo,
e na vertigem esquecemos o futuro
— somos o cometa e as estrelas, lua ou os olhos fechados em púrpura,
e vem e vem porque a culpa só chega
depois.
Texto XIII
Enviar um comentário