Reparto o suor com a melodia que me persegue
uma singular razão que deixo para depois
da valsa encadeada no espartilho da morte
reza a lenda, pelo menos.
Não faço da vida comboios ou apeadeiros
cada sorriso é cobrado pelo revisor
que vê revê dobra os olhos e masca a língua
no céu da boca
— beijo a áspera curvatura dos teus dentes podres.
—
Esqueci-me da minha carruagem.
—
Não conheço a fronteira onde termina o percurso
neste rio tão profundo
mas se me deixares suster a respiração
podemos descobrir
— ou afundar-nos no lodo das margens
na apneia ou abstinência de sorrisos.
—
Gostava de trocar as tuas alianças por vinho:
e beber as tuas memórias, à tua idade.
—
Prendo o olhar no peso que perdeste
— reluzente esqueleto que me serve de prisão
e acato a melancolia de um amanhã sem futuro,
resguardado nos lençóis que lentamente afogam o meu corpo
baço
esquartejado num único pedaço.
—
J
Título X
Enviar um comentário