Perdidos & Achados IV

sexta-feira, 24 de agosto de 2012 às 14:39

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Resgato das notas o teu retrato, encontro o teu sorriso quando me dizes pra fechar os olhos e esqueço, esqueço que nao guardo memoria das tuas feições ou da loucura destilada pelo tempo na manhã vermelha que se expande, e ocupa a parede erguida na penumbra dos beijos rasgados um a um, das cartas que te escrevi, das linhas perfeitas que a minha saudade desenha no riacho sibilante de fundo púrpura onde te encontro flutuante em mim, onde eu me encontro em ti, flutuante.

Sinto os destroços do dia ainda por fragmentar e espero que leias mais esta carta e a envies a alguém que conheças, alguém de quem tenhas saudades, alguém que tenha deixado saudades.

Em segredo confesso — o lento lamento dos relógios que acusam o movimento centrífugo dos momentos que passam foi ideia minha. Sim, eu sei. Sou incêndio, e cá dentro coses a garganta com a corda sobre as qual penduras os teus lamentos.

E no entanto, escolhes sorrir, porque já conheces o enredo.




J

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