suspiro
em fumo
semeando chamas na ponta dos dedos
e as tuas pernas torneiam-me
estrangulam-me
libertam
os medos na boca
num sonho azul
desenhado, rodeado neste abraço
vil
os soluços são sorteados em lotaria
na solitária paixão
— a verdadeira prisão
quando o falso delinear de planos
no espelho da noite
é gume rombo,
memória de madrugadas
queimadas no vermelho crepúsculo
as palavras mergulham da boca para o chão
caiem pesadas sobre os pés
— o soalho de carvalho estremece
e danças no reflexo dos espelhos
bandas sonoras de filmes em acordeão
murmurando nuvens sem forma
só porque podes sorrir não quer dizer que o escolhas fazer.
e nem a pequena luz da demência me guia a bom porto
nem os teus olhos esperam os meus quando acordo
— a tela continua branca aos pés da cama
—
J
Texto XXVIII
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