Conheço a revolta profunda que te rouba as feições, fui eu que a pintei com as gotas da chuva. Eu sei, tropeço nas palavras e enrolo-as na língua, dou-lhes o nó fatal, digo, (souvenir ou algo que o valha). Descanso.
À noite
todas as vozes ocupam
o ruído rosa,
desconstroem o espaço,
o tango apressado.
Sinto o ranger dos ossos
da noite
à noite
sossego respiro vivo
amanhã ainda é dia e o ontem já não.
—
Declaro-me: sou a fome, a miséria, a dança triste do fim da noite, o olhar para baixo de cabeça pesada resguardado ao LARGO da vida, porque ela é vasta, e contínua.
—
Deixa-me divagar no teu corpo, no limiar da janela, onde a esquina desfaz a rua. Acena-me um adeus, ou olá, ao longe, e escreve-me em sonhos.
—
Sou ventríloquo de aluguer sem fantoche.
Carta de amor sem memória.
Corpo sem texto.
O vácuo.
—
—
J
2 Comentários:
Genial, como sempre...
beiJUs
http://feiffercereja.blogspot.com.br
Obrigado Ju, um beijo, J